Pandemia dispara pragas em empresas fechadas

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Número de pragas aumentou nas empresas encerradas devido à pandemia

Paulo Coelho, director-geral da Anticimex, falou sobre a presença da empresa no distrito de Aveiro, bem como do aumento da procura por este tipo de serviços com o início da pandemia de COVID-19.

A Anticimex é uma multinacional sueca, com perto de 90 anos de história, que se dedica ao sector do controlo de pragas. Em 2013, entrou em Portugal e, neste momento, presta serviços para todo o território nacional, como revelou, ao Economia Paulo Coelho, director-geral da empresa.

Economia: Com que objectivo surgiu a Anticimex?
Paulo Coelho: Portugal é um país onde, ao contrário de outros países da Europa, o mercado particular ainda é pouco expressivo. Ainda achamos que conseguimos ser nós próprios a tratar dos problemas de pragas. O mercado empresarial tem vindo a crescer, principalmente porque as empresas procuram implementar requisitos de qua lidade no seu sistema de gestão, originando assim uma maior sensibilização para este problema. É neste sentido que a Anticimex afirma a sua posição estratégica, procurando oferecer metodologias mais inovadoras e diferenciadoras, que passam pela aplicação de novas tecnologias, pelo desenvolvimento de mais e melhores soluções digitais e pela priorização de tratamentos ecológicos que minimizem o uso de produtos químicos.

O volume de trabalho tem aumentado devido à pandemia?
Este tem sido um período desafiante, mas ao qual todos os nos sos colaboradores responderam com um profissionalismo exemplar. Nos primeiros seis meses deste ano, e comparativamente ao período homólogo, registámos um crescimento de 26% na facturação. O aumento de serviços de desinfecção, devido à pandemia e à crescente procura do mercado, impulsionou este crescimento e corresponde a aproximadamente 20% do volume total da facturação.

Quem são os vossos principais clientes?
Trabalhamos tanto com empresas como com particulares. As entidades públicas são também um sector importante na nossa actividade. No entanto, é comum que os orçamentos afectos aos serviços de controlo de pragas sejam consideravelmente mais pequenos, o que dificulta muito a realização de um serviço diferenciador e que esteja dentro dos padrões de qualidade que exigimos. Apesar destas dificuldades, este continua a ser um dos nossos principais “targets”, sobretudo no que diz respeito à nossa solução “Smart”.

Em que consiste a solução “Smart”?
É um sistema inteligente de controlo de pragas que permite manter sob vigilância a actividade de roedores e insectos, através de uma monitorização em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana. Trata-se de uma solução avançada que, diferentemente dos modelos clássicos de controlo de pragas, confere a presença de espécies invasoras utilizando métodos sustentáveis. A ausência de produtos químicos na solução Anticimex “Smart” significa uma poupança nos custos dos nossos clientes e uma menor emissão de dióxido de carbono, visto que esta solução reduz significativamente as deslocações dos téc nicos e as inspecções periódicas.

Estão a proceder a desinfecções em caso de COVID-19?
Sim, realizamos serviços de desinfecção para o combate à COVID-19, tanto em espaços públicos como particulares, nomeadamente escritórios, armazéns, retalho, hospitais, condomínios, escolas, etc. Para o efeito, utilizamos dois métodos distintos de aplicação: o método por nebulização e por pulverização. Enquanto o primeiro envolve o uso de um dispositivo ULV automático projectado para dispersar no ar o produto desinfectante em partículas finas, garantindo a desinfecção, tan to de superfícies como do ar, o método de pulverização é normalmente aplicado em zonas localizadas onde se cria uma camada húmida desinfectante.

Essa resposta limita-se apenas à oferta desse serviço?
Não. No âmbito da higienização, por exemplo, focamo-nos em oferecer uma protecção integrada e contínua dos espaços, através da disponibilização de consumíveis e equipamentos de higiene e desinfecção para áreas comuns, cozinhas e casas de banho. Estas duas soluções são cada vez mais procuradas de forma integrada, mas a procura pelo serviço de desinfecção tem acontecido mais numa óptica correctiva e não tanto preventiva, como acontecia no início da pandemia. Embora a oferta destas soluções não seja nova, a actual crise sanitária foi decisiva para o alinhamento do mercado e para uma tendência crescente na procura. Acreditamos que esta é uma oportunidade ímpar para se promover uma mudança paradigmática no que concerne aos nossos hábitos de higienização.

Qual é o risco de infestação por pragas em tempos de COVID-19?
Com o encerramento das empresas e dos serviços não essenciais durante a pandemia, muitos edifícios estiveram fechados ou com uma presença muito reduzida de pessoas. Esta situação e o facto de muitos técnicos de controlo de pragas terem sofrido alguma dificuldade em aceder aos locais de intervenção durante este período, fez com que estes locais se tornassem o habitat perfeito para várias pragas, especialmente roedores, baratas e aves, aumentando consideravelmente o risco de infestações. Na Anticimex verificámos uma maior incidência deste tipo de situações em unidades hoteleiras, escritórios e armazéns de distribuição, mas que foram rapidamente controladas pela nossa equipa técnica, evitando as limitações no retorno da actividade. Muitos edifícios e negócios ainda mantêm um fluxo reduzido de pessoas, pelo que é fundamental que continuem a recorrer ao habitual serviço de controlo de pragas.

De modo geral, o que tem mudado ao longo dos anos?
Sem dúvida que a inovação e a sustentabilidade têm sido os principais factores de transformação e mudança do sector do controlo de pragas nos últimos anos. A Anticimex, como empresa pioneira nessa transformação, e também como entidade ambientalmente responsável, assume o papel de continuar a garantir não apenas a modernização e optimização da sua actividade, como também o de continuar a promover a redução do uso de biocidas. Embora importantes passos já tenham sido dados neste sentido, acreditamos que ainda há um longo caminho a percorrer e obstáculos a ultrapassar, nomeadamente a ausência de uma legislação que reduza a utilização de rodenticidas - situação, aliás, que já foi ultrapassada na grande maioria dos países europeus e cuja solução alternativa já existe.

Futuramente, o que se pode esperar da Anticimex?
A inovação está no centro de nosso negócio. Procuramos a melhoria da qualidade de nossos serviços e estamos fortemente comprometidos com o desenvolvimento de alternativas eficazes e sustentáveis. Acreditamos firmemente que a digitalização é um factor-chave para isso. Por essa razão, será nossa prioridade continuarmos a investir em R&D, através do nosso Centro de Inovação, na Dinamarca, de forma a estarmos sempre actualizados.

Que comentário tece ao actual momento económico?
Este é um momento desafiante para todos, não só pelo problema de saúde pública que enfrentamos, como também pelos impactos sociais e económicos que este provoca. Estou certo de que, no que respeita à parte económica, e ao tecido empresarial nacional, seremos capazes de enfrentar mais uma vez as dificuldades que existirem. Desde o início da pandemia, em Portugal, que assistimos a inúmeras empresas que foram capazes de se adaptar ao momento para continuarem a produzir e a existir. No nosso caso, tivemos de concentrar todas as equipas para uma área de negócio específica. Estes são apenas alguns exemplos que comprovam que somos resilientes e capazes de atravessar qualquer momento mais difícil.

Como classifica Aveiro no contexto nacional e europeu, no que diz respeito ao dinamismo empresarial na vossa área de actuação?
O distrito de Aveiro é estratégico para a Anticimex, não só pelo seu tecido empresarial, mas por todo o potencial geográfico. Trabalhamos com os principais sectores e indústrias da região, nomeadamente a indústria do ramo alimentar - na qual somos referência, da cerâmica, do armazenamento e da distribuição de combustível. Trabalhamos ainda com o sector do ensino e do comércio. Assim, temos um conhecimento mais aprofundado das necessidades dos vários sectores e das especificidades da região, o que nos permite acrescentar valor ao serviço que prestamos. Outra grande vantagem da Anticimex para esta região é que está entre duas das nossas principais delegações (Coimbra e Porto), o que nos permite alocar meios e recursos de forma mais eficiente.

Fonte Diário de Aveiro

Saiba mais sobre o nosso Serviço de Controlo de Pragas ou Desinfeção.

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